Quando falamos de IA, 2024 e 2025 foram os anos da experimentação. Testamos chatbots, rodamos pilotos de GenAI e exploramos a automação de tarefas simples. Foi um período necessário de descoberta.
Esse período acabou.
Com o lançamento do IDC FutureScape 2026 fica claro: estamos entrando na era dos agentes.
Isso quer dizer que em 2026 veremos a transição de usar a IA como uma ferramenta passiva para implantá-la como um agente autônomo. Não estamos mais falando de um assistente que sugere uma resposta de e-mail. Estamos falando de diversos agentes de IA que executam processos de negócios complexos de ponta a ponta, de forma autônoma e coordenada.
O IDC prevê que, até 2027, metade das empresas usará agentes de IA para redefinir a colaboração entre humanos e máquinas. Até 2030, 45% das organizações orquestrarão "frotas de agentes de IA" para acelerar operações e garantir a governança.
Para a alta liderança, a mensagem é clara: a competição não será mais definida por quem tem a IA mais inteligente, mas por quem consegue orquestrá-la em escala empresarial.
O problema? O próprio IDC identifica a maior barreira que vemos no mercado: a "armadilha do piloto".
O risco de ficar preso no piloto
A empolgação com a IA gerou milhares de projetos de "gaveta". O IDC destaca um dado alarmante: enquanto mais da metade das empresas ainda está nos estágios iniciais de transformação (experimentação), apenas 1% alcançou o estágio otimizado de uma empresa movida a IA.
Esse abismo entre a experimentação e a orquestração é o principal risco estratégico para os próximos dois anos.
Empresas presas no "modo piloto" enfrentam três sintomas clássicos:
- Fragmentação de dados: o piloto de marketing não conversa com os dados do financeiro. O chatbot de RH não tem acesso aos dados de performance do ERP. A IA não pode orquestrar o que não pode ver.
- Falta de casos de uso: a diretoria vê a IA como um custo de inovação, não como um motor de receita. Isso acontece porque os pilotos não são desenhados para resolver problemas centrais do negócio, respondendo à objeção "não conheço os casos de uso da minha própria empresa".
- Déficit de infraestrutura: a infraestrutura de nuvem atual foi projetada para armazenar dados, não para suportar agentes de IA em tempo real. Ela não tem a escalabilidade, a governança ou os conectores necessários.
O IDC FutureScape 2026 chama este momento de "ponto de inflexão estratégico". Empresas que não superarem a fase de piloto verão seus concorrentes escalarem operações autônomas, criando uma vantagem competitiva quase intransponível.
A questão, portanto, não é quem adotará agentes de IA, mas quem terá a arquitetura e a estratégia para implementá-la de forma sustentável.
Como desenhar o plano de ação
O IDC identifica três pilares para o sucesso:
1. Estratégia alinhada e governança
Antes de implantar um agente de IA, a diretoria deve responder: "Qual processo de negócio central queremos automatizar?".
O diferencial dos agentes de IA é seu desempenho na complexidade. Em vez de um piloto para "analisar sentimento de clientes", pense em um agente que resolve a reclamação do cliente.
- Exemplo de caso de uso: um agente de IA monitora dados da cadeia de suprimentos (via Dynamics 365, por exemplo), identifica um risco de atraso de fornecedor, consulta dados de frete (em Azure) e realoca autonomamente o estoque de outro centro de distribuição, notificando o cliente sobre o novo prazo de entrega – tudo sem intervenção humana.
2. Infraestrutura de dados moderna
Para que agentes de IA operem de forma orquestrada, é preciso ter uma plataforma de dados unificada, não silos. A orquestração é impossível se seus dados de CRM, ERP e RH estão em bancos de dados isolados.
É aqui que entram plataformas como o Microsoft Fabric e o Google Cloud Platform (GCP). Elas não são apenas "bancos de dados na nuvem"; são o tecido conjuntivo que permite aos agentes de IA acessar e agir sobre dados de toda a organização em tempo real.
O IDC aponta que, até 2026, 50% das aplicações em nuvem utilizarão IA. Sua infraestrutura de nuvem deve ser uma plataforma de IA, não um repositório.
3. Força de trabalho e parceiros qualificados
A maioria das equipes de TI internas não foi treinada para construir e gerenciar "equipes de agentes de IA". Elas foram treinadas para gerenciar servidores e software.
Acelerar a curva de adoção exige um parceiro que entenda profundamente tanto a infraestrutura de nuvem (Azure, GCP) quanto as ferramentas de aplicação (Power Platform, Dynamics 365, Google Workspace).
A orquestração de IA não é um produto que se compra. É um sistema que se constrói e se integra – conectando seu CRM ao seu ERP através de um modelo de IA hospedado no Azure, por exemplo.
Endereçando a objeção do orçamento
Em um cenário de orçamentos de TI pressionados, como justificar o investimento necessário para sair da fase de piloto?
A resposta está em tratar a nuvem não como um custo, mas como um ativo otimizável. O próprio IDC identifica o FinOps (Otimização de Custos de Nuvem) como uma tendência central.
O investimento em uma estrutura agêntica não deve vir de um novo orçamento; deve vir da eficiência do orçamento existente.
Na K2M, abordamos isso de forma direta: antes de propor uma arquitetura de IA, analisamos seus custos atuais de nuvem. Frequentemente, a otimização de custos e a consolidação de dados liberam o capital necessário para investir na plataforma de IA que impulsionará os agentes.
O custo de não fazer isso é o que o IDC adverte: ficar preso no 1% de eficiência, enquanto os concorrentes otimizados disparam.
Qual é a conclusão do Future Scape?
O planejamento estratégico de 2026 não pode ser sobre mais pilotos. Deve ser sobre arquitetura de orquestração.
O relatório IDC FutureScape 2026 não é uma previsão; é um ultimato. A era dos agentes forçará uma divisão no mercado entre as empresas que podem orquestrar a tecnologia e as que permanecerão experimentando.
O sucesso não será medido pela quantidade de pilotos de IA que sua empresa executa. Será medido pela quantidade de processos de negócios críticos que seus agentes de IA executam de forma autônoma.
Para os líderes de TI e de negócios, a pergunta de 2026 é: "Nossa arquitetura de dados e nuvem está pronta para a orquestração?"
A K2M é especialista em adoção estratégica de IA. Agende uma sessão de 30 minutos com o nosso time. Vamos analisar sua infraestrutura de dados atual e desenhar o roadmap prático para mover sua empresa da experimentação para a orquestração em escala.